A Espera

Olhava em minhas fotografias e por vezes sorria quando identificava, a mim e Olivia abraçada, visivelmente e felizes, sim, felizes. Mas isso já tem certo tempo, fiz minhas escolhas e decidi quem com ou sem Olivia minha vida poderia ser melhor. Mas tudo isso é pura fachada, pois Olivia significa ainda muita coisa, penso aqui e ali nela, fico divagando e imaginando o que andara fazendo ela em seus dias?

Já não tenho tempo para pensar, apenas estou aqui Sundance Beach, recostado olhando o horizonte, fitando o leve raio solar que caiu ao longe se despedindo do dia e ambientado horas para o anoitecer, deste lugar onde estou sentado vislumbro um céu que compõe em sua dança nuances de cores que inspiram sensação de infinita liberdade, o céu que sempre quis admirar. Em minhas costas está minha morada, uma casa de um tom amarelo que se confunde em certas horas do dia com a areia da praia, cercada por uma vegetação colocada ali por mim, onde enumero samambaias, bromélias, roseiras, etc. tudo disposto em uma varanda que circunda a casa, algumas redes estão no entorno da varanda, balançadas pelo vento e com um leve frescor da chuva que caíra após o almoço; ao se chegar à sala vê-se certa bagunça, roupas e livros se confundem e se esconde, o odor de incenso é perceptível, um presente de Olivia ainda esta sobre a mesa, e na sala sua presença é perturbadora, mas é minha casa, e como a sala não pertence somente a mim em minhas memórias, vou a outro cômodo, tenho um corredor cheio de fotos, memoráveis, com vários amigos e familiares. Meu quarto não há de ser meu refugio, não quero refúgios. Tenho uma pequena cozinha onde Olivia e nós perdíamos as horas a rir e a conversamos, eu falei Olivia? Nossa, parece uma doença. Uma cozinha como qualquer outra a não ser pelas lembranças, não tenho área dos fundos, e francamente mostrar a casa e meio que me despir, não estou mais afim de nudez.

Retorno a varanda para continuar admirando aquele belo fim de tarde e uma silhueta esta sentada a frente de minha casa a observar o mesmo por de sol, não consigo definir quem seja, se homem ou mulher mais uma pessoas qualquer. Pergunto se que me fazer companhia e sentar ao meu lado ela sinaliza com um sinal de legal, levanta da areia limpando-se e caminha em direção a casa e sobe falando – Meus dias foram assim, viajando e imaginando se te encontraria aqui. – Diz ela com brilhos nos olhos, e abrindo os braços e dizendo meu nome: Mauricio.

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